Parei de ficar só pensando e começei a escrever.

Estou seguindo conselhos, principalmente os meus mesmos.

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Local: Recife, Pernambuco, Brazil

Quer me conhecer? "Leia-me"

30.5.06

Tributo a um amigo.

Vou falar sobre um amigo muito querido. EDU. Nossa vida juntos me deu esta autorização. Descobri nele uma pessoa muito especial, mais do que eu pensava que poderia ser uma pessoa especial. Descobri esse a mais num passeio que fizemos de madrugada pela beira mar da praia de Porto de Galinhas. Sabe dessas pessoas que não queremos magoar, mas que sabemos que podemos estar magoando, mesmo sem querer, e mesmo assim somos compreendidos e continuamos sendo amados do mesmo jeito? Este era o Edu!
Nossa amizade começou há sete anos. Ambiente de trabalho sempre acaba rolando uma cervejinha em alguma sexta-feira. Sentamos juntos e começamos a conversar. Não paramos mais. Saímos muito durante estes últimos sete anos. Quando não tínhamos o que fazer, ou um ou outro: vamos tomar uma cervejinha hoje? Se o outro também estivesse disponível, sabíamos que teríamos pela frente uma noitada muito divertida, leve, sem compromisso. A gente se curtiu muito, aprontou demais, com muita liberdade e muito respeito. Brindávamos nossas alegrias e trocávamos nossas tristezas de coração e sentíamo-nos felizes por termos nossos ombros. Como era importante saber que podíamos contar com o carinho um do outro.
Uma das coisas que a gente mais adorava fazer era dançar. Íamos a muitos lugares, dançávamos todo tipo de música, mas o que eu curtia mesmo era dançar com ele ao som das grandes Orquestras. Dessas danças que a gente roda no salão inteiro. Estraguei várias meias de seda, pois era fantástico deslizar com ele no salão e o sapato acabava atrapalhando. Ele adorava esse meu lado despojado. Eu adorava o jeito dele dançar. Como a gente se completava! Nos apoiávamos em tudo. Todo mundo pensava que estávamos juntos e a gente curtia com a cara de todo mundo. Não podíamos ver um fotógrafo. Temos várias fotos juntos que são guardadas como um tesouro. Era tão gostoso que nunca cogitamos viver uma relação diferente daquela que vivíamos. Tínhamos total liberdade nas conversas, não tínhamos reservas um com o outro, até mesmo naquilo que nos incomodava com relação ao outro. Tudo era conversado. Por vezes rolava um stress, dois ou três dias de silêncio. Até que um dia quando abrimos os olhos tínhamos nos beijado. Foi muito gostoso, mas ele sabia que eu amava, e muito, outra pessoa. Apesar dele saber que eu amava sozinha, não importava, eu amava. Conversamos muito sobre este beijo. Acho que nunca um beijo foi tão debatido. Resolvemos tentar nos conhecer de outra maneira; tivemos abertura para esta decisão também. Tentei, de verdade. Nunca conseguimos ir além dos beijos. No fundo sabíamos que este relacionamento não iria muito mais adiante. Eu amava mesmo outro homem. Justamente na nossa caminhada em Porto eu disse que não queria mais levar adiante algo que eu sabia não ter futuro, apesar de amá-lo muito. Amava-o como meu grande amigo que sempre foi, e não queria em momento algum magoá-lo. Ele não virou as costas para mim. Acompanhou todos os passos da minha caminhada, ajudou-me a correr atrás dos meus sonhos, deu forças para eu lutar pelo amor, e quando tropecei foi ele quem me segurou para que eu não caísse, alimentando meu coração com seu amor e carinho. As vezes me pergunto se ele existiu mesmo? Quantas vezes ele me fez ir às gargalhadas no meio do meu choro! Porque não consegui amá-lo? Ele nunca abriu mão da nossa amizade, do seu amor. Apesar de não amá-lo como ele queria, sempre soube que o sentimento que tinha por ele sempre foi muito verdadeiro e intenso. E isso lhe bastou.
Soube a pouco que ele se foi, de repente, definitivamente. Queria que ele fosse eterno. Não pensei que esse dia chegaria tão cedo. Ele me deu tanto amor que não tenho como sentir vazio, não tenho como não continuar sentindo-o presente na minha vida. Suas palavras, sua risada irão ecoar sempre nos meus pensamentos, no meu coração. Sempre e para sempre.

Café Paris.

Estava de férias em São Paulo, há uns bons anos atrás. Uma noite, fui ao Café Paris com um grupinho. Bem, o Café Paris ficava no Butantã, perto da entrada da USP, e era tudo de bom naquela época. Gente bonita, música gostosa ao vivo, músicos pra lá de interessantes, muito jogo de sedução, enfim, adorávamos estar naquele ambiente. Lá conhecemos músicos fantásticos como Renatinho Braz, o Bré e o Jeff que me hipnotizava com uma mecha de cabelo imensa usada como franja, com gel, separada do resto do cabelo por uma tiara. Mas aquela mecha me deixava encantada mesmo quando ele cantava “Nossa Gente” de Gilberto Gil. O visual era maravilhoso. Nunca consegui imitar o malabarismo que ele fazia com a cabeça só para dar movimento àquela mecha dura por conta do gel, e olha que ela mexia! Bom, mas voltemos àquela noite no Café Paris. Estávamos sentados numa mesa no térreo quando a porta abriu e adentrou um Deus Grego, um Apolo. Dizem que eu tenho um gosto pra lá de duvidoso, que ele não era nenhum Apolo. Eu achava. Na hora que eu olhei para ele, pensei: esse é o homem que gostaria de ter ao meu lado para sempre. Só que eu pensei falando alto e uma amiga disse a frase mágica: eu conheço ele.Para encurtar a história, ela o chamou, nos apresentou e convidou-o para sentar-se em nossa mesa e é claro que ele aceitou e é claro que só tinha um lugar disponível na mesa – ao meu lado. Essas “coincidências” da vida, previamente arquitetadas. Conversamos bastante, demos muitas risadas. Aí, bem... aí ele me convidou para dançar. Mas como? No Café não tinha espaço para dança! Não era um lugar para se dançar! A gente inventa um espaço, disse ele animadíssimo, já balançando o corpo. Ok, valia tudo para estar mais íntima dele, até chamar a atenção de todo mundo do Café, pois ninguém estava dançando. Só nós. Não estávamos num café dançante! Bom, quem já não passou por uma situação destas por uma grande causa? Satisfiz os desejos dele de dançarino (ele “fazia” dança de salão) e voltamos para a mesa. Resumindo novamente, nossa noitada terminou às 3h da madrugada, ele levemente embriagado, querendo que eu fosse para seu apartamento. Não quis, não curto homem embriagado. Aí ele resolveu querer me ensinar a dançar forró, sem música, no meio da rua, na frente do Café Paris, afinal de contas ele era bamba em qualquer tipo de dança, pois “fazia” dança de salão não é? Eu deixei. Quando ele terminou, perguntou: e aí, gostou? No que respondi muito delicadamente: Não. Faltou uma coisa fundamental, o encaixe das pernas. Já vi que só o nordestino sabe fazer isso e muito bem feito. Você não encaixou nada. Nunca mais vou esquecer da expressão boba que ele fez, indescritível. Soube dois dias depois, pois é óbvio que nós dois saímos, que ele tinha achado demais o que eu tinha falado sobre o encaixe das pernas. Tinha achado super sensual. Último resumo da história, vinte dias depois, mudei para São Paulo; precisava ensinar o Apolo como se dançava um forró de verdade.

26.5.06

Conversa pelo celular

Estava sentada no banco do Shopping. Gosto de ficar assim, sem fazer nada, esperando a hora passar. Só observando, e acabo escutando algumas coisas. Tinha uma moça sentada do meu lado conversando pelo celular, ou melhor, discutindo. Percebi que a discussão rolava por conta de um horário não cumprido. Fora marcado para as 3h e ele, pois deu para perceber que era ele, tinha chegado às 5h. Foi falado coisas do tipo: se não der, não marque, as pessoas não estão a sua disposição, você pensa que é quem?; pode esperar deitado pois eu não te ligo mais; não agüento mais. E a conversa rolava nestes termos. Determinadas respostas deviam ser tão cabeludas que ela abafava o som de sua voz com a mão, mas teve um momento que eu escutei ela falando: você devia usar esse seu dedo nojento para apertar os números do seu celular e ligar avisando, seu idiota. Uau, tava pegando fogo! Aí, eu fiquei estupefata com o que escutei em seguida: nunca mais vou marcar nenhum horário na sua agenda. Gente, acho que era a secretária do homem!!! Depois, deu uma sonora gargalhada, e eu fiquei sem entender. Louca para rir também.
É bem possível que eu já tivesse desligado, independente do lado que estivesse. Mas ela não desligou, nem ele. Com certeza estava tentando se justificar. Que homem mais nojento mesmo. Estava torcendo por ela. Já que ela não desligava queria mais é que ela escrachasse mais e mais aquele idiota. Que imbecil! Ele era insuportável mesmo. De repente, ela olhou o relógio, disse que precisava sair e que se falariam mais tarde. Como? Ela não disse que não iria mais ligar? Será que ele iria usar seu dedo nojento para ligar para ela?

23.5.06

Saudade

Gostaria de ter postado algo desde ontem, mas não tive muita vontade de escrever. Estou passando por momentos de muitas saudades. Hoje ela está me consumindo, e muito!
Acho que a gente deveria ter um interruptor só para esses momentos. Feito dor de cabeça, quando a gente sabe que ela vem vindo, tomamos um “Doril – a dor sumiu”.
Quero dizer uma coisa sobre esta saudade que estou sentindo. Ela existe, muitas vezes é intensa, dói muito, mas ela só existe porque eu vivi momentos maravilhosos. Se for para vivê-los novamente, que venham as saudades, todas elas. Valeu a pena. Vai valer a pena sempre.

21.5.06

Sonhos

Minha vida está repleta de sonhos e cabe só a mim ir a luta para conquistá-los, saber enxergar as oportunidades que me aparecem e que podem ser a pontinha para se chegar a uma grande realização. No decorrer da minha vida convivi com pessoas que sonhavam muito. Por vezes sonhos muito legais. Apenas sonhavam! No início acreditava, pois eram falados com tanta convicção e aí dava a maior força. Depois de um tempo escutando os mesmos sonhos e nada, passava a não dar-lhes mais credibilidade. Muitas vezes me vi nesta mesma situação e me perguntava o que tanto me impedia de poder realizá-los. Sentia-me profundamente frustrada e paralelo a esta minha frustração, vários amigos conquistando seus sonhos. O que estava de errado em mim? Vinha-me à cabeça uma insegurança muito grande. Não digo com isso que nunca fui atrás de um sonho. Fui, alguns conquistava, mas sempre faltava alguma coisa ou algo dava errado ou diferente da forma como eu queria. Até que um dia me deparei com um sonho de infância e, pela primeira vez, não coloquei nenhuma dificuldade em ir à luta. Não tive medos e nem dúvidas, pois eu tinha certeza do que queria e queria muito. Conquistei mais do que sonhei. Este sonho escreveu uma história intensa e maravilhosa na minha vida. Destas histórias que, para serem lembradas, não precisam de palavras, pois elas foram fincadas no coração, de uma forma definitiva, tal a intensidade com que foram vividas. Depois desta experiência, pude perceber todo um potencial dentro de mim que eu nunca tinha dado a chance de desabrochar. Hoje tenho consciência dos caminhos que eu sei que posso trilhar. A sensação quando consegui dar o primeiro passo foi de pura euforia, e quando consegui chegar no momento da realização foi uma explosão de felicidade. Foi incrível como passei a me sentir mais importante para mim mesma, a me amar mais e a valorizar o que sempre deveria ter valorizado, mas que sempre escondia num cantinho bem escuro dentro de mim. Acho que às vezes não lutava muito por estar me espelhando no sonho dos outros. Não era meu sonho! Deixo aqui uma mensagem de um velho poeta espanhol: "CAMINHANTE, NÃO HÁ CAMINHO; O CAMINHO É FEITO AO ANDAR". A cada passo dado. Então, vamos dar os passos nos caminhos que nos iluminarão por dentro primeiro, sentir a força da vida e termos a certeza de que vale a pena estar por aqui. Acreditemos firmemente que merecemos ser feliz. Sempre! Ponto final.

20.5.06

Sobre o dia de hoje.

Vamos fazer uma reflexão sobre o dia de hoje – 20 de maio. Um dia que deveria ser marcado no calendário de todos de uma maneira bem visível, para que ninguém o esquecesse. Assim... toda vez que o olhássemos a primeira data que veríamos seria este dia 20. Faça sol ou faça chuva. Tanto faz, isso não teria a menor importância. Nada mudaria o brilho deste dia. Então, hoje não vou me estender muito. Só gostaria de agradecer duas coisinhas. O amor que recebo todos os dias dos meus amigos e a chance de tê-los encontrado; esse amor faz minha vida brilhar e ser uma pessoa melhor; e agradecer a meu pai, que apesar de não estar mais fisicamente ao meu lado, juntamente com minha mãe, por estarem presentes em todos os meus passos. Agora vou comemorar este dia maravilhoso – 20 de maio. Hoje faço 48 anos e quero curtir muito e pedir para viver mais outros 48 anos.

17.5.06

Menina Veneno x Motel

Sabem essa coisa de música com cara de motel? Pois é, tem uma que não tenho como não associar a um motel – “Menina Veneno”.
Sempre tivemos a capacidade de associar a música aos nossos grandes momentos, ou pelo menos, àqueles que achávamos ou achamos ser nossos grandes momentos.
Não só música, mas perfume, comida, roupa, etc. Não sei se isso é coisa só de mulher, se homem também tem dessas manias. Há controvérsias. Tenho um amigo que diz que os sexos são completamente opostos – Homens são de Marte e Mulheres são de Vênus. Sempre digo que vou ler, mas não consegui que a dona do livro lembrasse para quem ela emprestou. Não vou comprar, por isso estou esperando alguém me emprestar.
Mas voltemos as músicas. Nos meus tempos áureos (não de motéis), tempos áureos, apenas, conheci muitos lugares. Claro, quem não conhece? Pois então, naquela época, quando acontecia de ir a algum motel, tinha o radinho, não de pilha (aí seria demais!), aqueles radinhos que a gente liga na cabeceira da cama. Uma cabeceira cheia de interruptores, inclusive aqueles que a gente queria apertar, mas tinha vergonha. Eles eram importantes, principalmente quando a gente não sabia o que fazer, como começar, onde colocar as mãos. Os interruptores aliviavam muito o momento. Então, interruptor de cabeceira. As únicas estações que pegavam eram as de música bem brega, bem motel mesmo. Menina Veneno estava no auge.... nossa, a letra era tudo de bom, combinava bem com motel, com o momento. Parecia que quando ela tocava (pelo menos umas 4 vezes, quando não estava na estação do repeteco) a gente se empolgava mais. Tempos bons, tempos que deixaram saudades. Não pelos motéis, nem pela Menina Veneno.
Imaginem um “abajur cor de carne”! Não poderia ser “a luz difusa do abajur lilás”? Imaginem, a adrenalina subir com a Menina Veneno. Era demais! Entorpecedor, era realmente enlouquecedor. Para quem não conheceu ou não lembra da letra, escutem. Imaginem a mulher que inspirou o compositor, quando ele diz “em toda cama que eu durmo só dá você”. Puta mulherão!

Inspiração

Não sei porque, mas a hora que mais me vem inspiração é quando deito na minha cama, morrendo de sono, querendo dormir. Nestas horas, minha cabeça começa a funcionar contra a vontade do corpo.
Reviro os olhos, suspiro... é o jeito, deixo os pensamentos fluírem, e eles fluem até transbordar. É uma viagem!
Ás vezes sou acordada por eles às 3hs da madrugada e não consigo dormir mais. É incrível a precisão no horário!
É um paradoxo – o corpo exausto e a mente a mil por hora.
Quando isso acontece, levanto, poucas horas depois (eles esquecem que eu trabalho!!) me sentindo passada num moedor de carne.
Já cansei de tentar controla-los, ensina-los, entrar num acordo qualquer. Por que não pensar no caminho do trabalho? Ou quando almoço sozinha? Nos finais de semana que não tenho hora para acordar?
Mas não tem jeito, eles são assim mesmo, rebeldes, cheios de direito, cheios de si, de vontade própria.
Quando me esforço e me entrego totalmente a eles, não me arrependo. A caneta desliza, ininterruptamente, vorazmente. Acho que é por isso que eles insistem tanto, não me dando tempo para pensar que não estou a fim de pensar.
Por vezes, perco idéias maravilhosas, por cansaço, por preguiça de abrir os olhos, pegar a caneta e escrever num pedacinho de papel que já deixo embaixo do travesseiro ou na cabeceira da cama. O pior de tudo mesmo é conseguir enxergar o que quero escrever sem óculos, com um olho meio fechado e o outro meio aberto. (??) Difícil!
Em determinadas noites tento faze-los respeitar o uso do meu livre arbítrio: querer pensar ou não querer pensar. Mudo de tática.
Minha mãe ensinou um dia – quando quiser “chamar” logo o sono, reze incontáveis "Ave Maria" (definitivamente não sei fazer com que os carneirinhos pulem a cerca, conseqüentemente, não dá para contar os bonitinhos).
Com todo respeito, não é que começo a bocejar? Aí, começo a me perder na oração. Aí penso – me perdi. Fico invocada e começo tudo de novo.
Paciência!!!!

15.5.06

Como começei.

Sempre gostei de escrever, desde os meus 15 anos. Como toda adolescente, tinha meu caderninho de segredos secretíssimos. Naquela época não existiam caderninhos com cadeado. Estávamos morando em São Paulo, em 1976; meus irmãos moravam com meus avós, mas sempre iam lá em casa, mesmo que não estivéssemos em casa. Eles tinham a chave, é claro; nossa casa, independente de não morarem lá, era casa deles também. Bem, num dia qualquer, um deles foi lá e achou o tal caderninho que eu tinha minhas anotações e começou a folheá-lo. Não sabia como, mas ele tinha ficado encantado com a maneira como eu escrevia, como eu colocava meus sentimentos.
Até quase meus 40 anos, eu era uma pessoa muito insegura e achava que não conseguia expressar bem o que sentia. Sentia constrangimento em expor minhas opiniões achando que os outros iriam achar uma besteira. Até que um dia, numa roda de amigos e conhecidos, alguém que mal me conhecia disse que eu era muito inteligente. Como inteligente? Eu mal abri a boca; aí ele me falou – por isso mesmo, você não abre a boca para falar besteira. Neste momento, comecei a prestar atenção aos meus pensamentos com relação a tudo que escutava, fazia uma triagem, e pude observar como determinadas pessoas gostavam de impor “suas” verdades, mostrar que suas brincadeiras eram as mais engraçadas, que tudo tinha acontecido com ela/ele de uma maneira mais intensa que de qualquer outra pessoa, enfim, vi que esse era um dos motivos pelo qual eu falava o mínimo possível. Percebia que estes fatos eram comentados aos cochichos.
Achava interessante como as pessoas me procuravam para contar suas coisas, a ponto de eu pensar em estudar psicologia, nos idos dos meus 25 anos. Depois de muito tempo percebi que exercitei tanto o ficar calada, que aprendi a escutar bastante e, principalmente, aprendi a ter paciência para escutar. Não é que eu tinha dom para psicologia, era a minha conduta até então que fazia com que as pessoas me procurassem.
Mas voltemos ao meu irmão... ele registrou sua surpresa com os meus escritos num bilhetinho que deixou dentro do meu caderninho, incentivando para que eu não parasse de escrever. Pela primeira vez, alguém estava me vendo de outra forma, diferente até do que eu pensava de mim mesma.
Mesmo com esse estímulo, tinha épocas que não escrevia nada. Passei muito tempo sem escrever.
Até que algo muito forte aconteceu e eu comecei a escrever compulsivamente. E desta vez eu tinha vontade de mostrar a alguém algumas coisas que escrevia.
Mais uma vez meu irmão me deu a idéia - crie um Blog.
Então criei este aqui. É isso!