Parei de ficar só pensando e começei a escrever.

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15.3.07

Serenata em Caruaru - Capítulo 1


Estávamos já deitados, preparados para dormir, quando meu marido resolveu me fazer uma serenata, com sua voz rouca e sensual. Ta bom... (não) é (lá) tão sensual assim (os parênteses são dele). Na hora que fechei os olhos ele disse: agora você vai dormir bem gostoso, vou cantar para você. NÃOOOOOOOOOOO!!!! Por favor, deixa eu dormir! É o mesmo que eu falar para ninguém. “Bom dia meu amor, estou chegando agora, o dia já raiou, passei a noite fora. Não chore meu amor, não faça isso comigo, eu não estou embriagado, é que eu tomei um trago com meu melhor amigo. Sou louco por ti meu amor, veja... não esqueci de trazer-te uma flor como prova deste amor que sinto por ti” . Cantou inteirinha! Quando ele percebeu que eu não conseguia dormir, resolveu me contar uma história, um encontro de amor, ocorrido em Caruaru; ela começava com a chegada do mocinho na cidade. Passo agora, a transcrever as palavras dele. “Desci na estrada, como era de costume. Andei até a parada do ônibus e quando dei com a mão aquele burrinho de patas dianteiras rebaixadas e cromadas parou ao meu sinal. Subi no lombo do burro e encaminhei-me pela rua, deixando um rastro de bosta por onde passava. Cheguei ao hotel, aquele tapete vermelho... com um rasgo bem no meio. De repente aquela moça veio me atender e disse com aquele sotaque nordestino: ara, não se acomode pru mode disso. Levou-me ao quarto de luxo, um ventilador e uma cama. Saímos do quarto e me levou ao banheiro no fim do corredor. Lembro-me... ao entrar no banheiro levantei a tampa da privada... estava cheia de bosta, até em cima. Foi quando ela me disse: não se desespere. Abriu o armário... estava cheio de penico, de cima a baixo. Dentro do banheiro comecei a sentir aquelas dores e pedi que ela saísse. Abri o armário e saquei um penico todo melado. Ao terminar aquela grande obra, tentei me desfazer da mesma. Olhei pela parede e vi aquela janela. Daí vi que era por ali que a bosta ia desaparecer. Peguei o penico e joguei janela abaixo, quando ouvi aquele grito: Oche, tá chovendo merda! Voltei para o quarto meio melado. Atirei-me na cama quando a mesma desabou. Estávamos eu, o colchão e o estrado no chão. Pensei: este é meu hotel! Quando, de repente, me lembro de ter que acordar as 7h. Olhei para um lado, olhei para o outro, nada de telefone, nada de interfone. Quando escuto do quarto aquela suave voz dizendo aos berros: ACORDE-ME AS 6. Abri a porta e disse em seguida: ACORDE-ME AS 7! Foi uma noite longa, cheia de mosquitos e marimbondos. Lembro-me de sentir o cheiro do café preparado na noite anterior. Aquele cheiro de ovo, de fubá, de leite fervendo...” Eu não acreditava em tudo que estava escutando; pena que eu não possa passar a entonação. Ria... pedia para ele parar... queria dormir. Arghh! O resto da história eu conto amanhã, pois é muito longa e eu dormi antes do final, mas ele me prometeu continuar hoje de noite.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Isso tinha que vim de Júnior, esse cara é muito doido...rsrsrs
Se isso foi verdade? Só Deus sabe!!! E se ele fez isso mesmo??? Sinceramente Rô, tu estás casada com um desbaratinado...
rsrsrsrsrsrs

15/3/07 16:23  
Blogger Klotz said...

Rosana, a credibilidade entre um casal é fundamental. Não há porque duvidar das palavras do Júnior.
Estávamos os dois na feira de Caruaru, a serviço, escolhendo esculturas de barro pintado do Mestre Vitalino para revender no sul maravilha. Tinha sido um dia muito exaustivo, andamos muito sob o calor do sol nordestino. Por volta das três da tarde resolvemos almoçar. Paramos numa barraca que vendia buchada de bode a três reais. O Júnior ainda perguntou qual era o motivo do bucho estar com aquela cor esverdeada ao que o balconista respondeu que no sertão tudo fica verde depois da primeira chuva.
Enquanto o homem esquentava nosso almoço tomamos uma branquinha. Demorou muito. Tomamos mais duas antes da bóia.
Na fome em que estávamos em trinta segundos esvaziamos os pratos.
Na mesma velocidade em que a buchada entrou quis sair.
Ainda bem que nós já tínhamos um belo quarto de hotel. Era o Continental, na praça da matriz. Júnior subiu só dois lances de escada. Meu apartamento era no terceiro andar. O Júnior, com um pavimento a menos, rapidamente encheu dois penicos e, para se desfazer de vez da buchada, jogou o conteúdo pela janela. A minha buchada foi espalhada na escadaria do segundo andar até a porta do meu quarto. Ao menos não joguei nada pela janela.

16/3/07 17:31  

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